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Pesquisas Neste Blog

sexta-feira, 30 de julho de 2010

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Quem é Jesus? (Antigo Testamento)





Quem é Jesus?
Autor: Hiago Rebello













Algumas pessoas fazem a pergunta; "Quem é Jesus?". Para responde-la, vou descrever quem foi este ser supremo que mudou a história da Humanidade. Por este motivo vou lhes apresentar um breve resumo da vida e dos atos de Jesus.






No Antigo Testamento já se profetizou a vinda de Jesus Cristo, e já o anunciavam muito bem. Já nos primeiros livros da Bíblia já se falava de jesus Cristo, as passagens explicam muito bem que um Messias (o Verbo encarnado) viria para a Terra. E já se falava, também, da beleza da bondade de Jesus e de sua autoridade aqui na Terra.





Nas Sagradas Escrituras está escrito: Gen 17, 6s; 22, 18; 26,4 " Ele virá de Abraão: Tornar te ei extremamente fecundo, farei nascer de ti nações e terás reis por descendente".





Gen 26,4: virá de Isaac: "Multiplicarei tua posteridade como as estrelas do céu..."





Gen 28,14: virá de Jacó: "Tua posteridade será tão numerosa como os grãos de poeira no solo..."





Gen 49,8s: Virá da tribo de Judá: "Judá, teus irmãos te louvarão. .. Os filhos de teu pai te prostrarão em tua presença. Não se apartará o cetro de Judá...".





Dt 18,15 "O Senhor, teu Deus, suscitará dentre os teus irmãos um profeta como eu: é a ele que deveis servir".





Zac 9,9 ""Montado no jumentinho ." Não temas, filha de Sião, eis que vem o teu Rei montado num filho de jumenta"(Jo 12,15).





Sl 40,10 Seria traído por alguém íntimo "Aquele que come o pão comigo, levantou contra mim o seu calcanhar" (Jo13,18).





E até falam da futura denuncia feita contra Jesus por Judas: Sl 40,10 "Aquele que come o pão comigo, levantou contra mim o seu calcanhar" (Jo13,18);



Zac 11,12 "Seria vendido por 30 moedas: ´Eles pagaram´me apenas trinta moedas de prata..." (Mt 27,9).





Os judeus do Antigo Testamento receberam de Deus o dom de profetizar a vinda do próprio Deus aqui na Terra. Em outra passagem Bíblica vemos a mesma coisa: "Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono está firme para sempre". (II Sam 7, 16).





Agora vou citar as palavras do prof. Felipe Aquino, um gigante da Igreja: "No Antigo testamento esta nítido que o Messias iria viria até nós, mas mesmo assim, no Antigo Testamento, mesmo que importantes, são poucos e vagos, e não contam muito da vida de jesus, pelo fato de serem profecias concedidas por Deus aos profetas judeus. Mas é só no Novo Testamento que temos uma visão muito alta da pessoa de jesus, e é nele que o próprio Jesus se manifesta através dos seus apóstolos, por esse motivo devemos nos centralizar no Novo Testamento. Embora fosse Jesus (Deus) que falou de sua futura vinda até a Terra para os Judeus de outrora." http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=DOUTRINA&id=dou0340





O Velho Testamento apenas profetiza e fala, vagamente (se comparado ao novo testamento), sobre a grandeza de Cristo em "Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono está firme para sempre" (II Sam 7, 16).



Creio que estas passagens Bíblicas do Velho Testamento servem para demonstrar que até mesmo para os judeus séculos antes do nascimento de Jesus, já acreditavam que Jesus era bom, na verdade a palavra "Bom", é muito simplista para Jesus Cristo, ele é mais do que bom, ele é Grandioso, Glorioso, Piedoso, O Rei dos reis, o Senhor dos senhores, o ser que já andou nesta terra mais misericordioso, perfeito, e que mais amou nós, humanos, como nunca alguém amou em toda a criação!



Jesus é aquele que mais transmitiu e ensinou a humanidade nestes 2.000 anos, e o próprio, só "viveu" 33 anos, nem um dos formadores de ideologias modernas, medievais antigas ou conteporâneas, ensinou tanto, e com muito conteúdo em tão pouco tempo, jesus só ensinou por 3 anos, e o outros, em comparação ninguém ensinou (antes ou depois da vinda de Jesus na Terra) tanta coisa em tanto pouco tempo.



Jesus nos ensinou a amar corretamente como ninguém jamais vai ensinar ou ensinou. Ensinou-nos a amar até prostitutas, leprosos, velhos, crianças, ladrões, assassinos, ricos pobres, corruptos, virtuosos, gananciosos e humildes e etc...



A bíblia testemunha tais atos. Ninguém até jesus vir e nos ensinar fez tal proeza e ajuda pela humanidade!



Mas o Velho Testamento não explica tão nitidamente Jesus, pois, ele ainda não tinha vindo até nós através da Virgem Santíssima (Is 7,14 "Eis que a Virgem conceberá e dará a luz... Deus conosco" (Mt 1,23)).





Como Jesus poderia ser uma invenção se séculos antes da vinda dele já se falava (e até precisamente) da chegada dele? Isto prova que a bíblia não é um livro de mitologia. Que outra religião tem esta precisão? Que homem pode prever isto? Nem um, uma vez que tudo fora revelado por Deus! Aonde vemos isto em outros lugares? No paganismo, por exemplo? Nas fábulas de Homero não vemos tal coisa, isto é uma enorme prova de que a bíblia não é um livro de mitologia e o Jesus descrito por ela não é um mito criado pelos primeiros cristãos "misticistas", como alguns querem passar...






quarta-feira, 28 de julho de 2010

A presença dos cristãos no espaço público.

Intervenção da Santa Sé na Conferência organizada pela Presidência cazaque da osce



A presença dos cristãos no espaço público





 Publicamos a intervenção pronunciada no dia 29 de Junho pelo bispo Mario Toso, Chefe da Delegação da Santa Sé, durante a Conferência de alto nível sobre a tolerância e a não-discriminação, organizada pela Presidência cazaque da osce (Astana, 29-30 de Junho), sessão 3: luta ao racismo, à xenofobia e à discriminação, com atenção especial à intolerância e à discriminação contra os cristãos e os membros de outras religiões.
 
Os problemas enfrentados nesta Sessão não dizem respeito a cada cristão e a cada crente em particular, mas às confissões religiosas assim como tais. Não dizem respeito somente aos grupos religiosos minoritários, mas também às maiorias. É simplista acusar as maiorias religiosas da escassez ou da falta de protecção por parte das autoridades do Estado para as outras comunidades religiosas. Da mesma forma, deve-se notar que as ameaças contra as identidades religiosas estão presentes seja a leste que a oeste de Viena, mesmo quando assumem formas e graus diferentes de intensidade em relação ao tempo e às circunstâncias.


Com o aumento das intolerâncias religiosas no mundo, é amplamente documentado como os cristãos são o grupo religioso mais discriminado. Muito mais de 200 milhões deles, pertencentes a confissões diferentes, encontram-se em condições de dificuldade por causa das instituições e dos contextos legais e culturais que os discriminam. No seu Discurso aos Membros do Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé, no dia 11 de Janeiro de 2010, o Papa Bento XVI pôde observar: "Infelizmente em certos países, sobretudo ocidentais, difundiu-se nos meios políticos e culturais, bem como nos mass media, um sentimento de pouca consideração e por vezes de hostilidade, para não dizer menosprezo, para com a religião, particularmente a religião cristã. É claro que, se se considera o relativismo como um elemento constitutivo essencial da democracia, corre-se o risco de conceber a laicidade apenas em termos de exclusão ou, mais exactamente, de recusa da importância social do facto religioso. Mas uma tal perspectiva gera confronto e divisão, prejudica a paz, perturba a ecologia humana e, rejeitando por princípio atitudes diversas da sua, torna-se uma estrada sem saída. Por isso, é urgente definir uma laicidade positiva, aberta, que, fundada sobre uma justa autonomia da ordem temporal e da ordem espiritual, favoreça uma sã cooperação e um espírito de responsabilidade compartilhada. Nesta perspectiva, penso na Europa, que, com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, abriu uma nova fase do seu processo de integração, que a Santa Sé continuará a seguir com respeito e benévola atenção. Notando com satisfação que o Tratado prevê que a União Europeia mantenha com as Igrejas um diálogo "aberto, transparente e regular" (art. 17), faço votos de que a Europa, na construção do seu futuro, saiba sempre beber nas fontes da sua própria identidade cristã. Como afirmei no passado mês de Setembro durante a minha viagem apostólica pela República Checa, tal identidade tem um papel insubstituível "na formação da consciência da cada geração e na promoção de um consenso ético de base que é útil para todas as pessoas que chamam a este continente minha casa"" (Encontro com as Autoridades Políticas e Civis e com o Corpo Diplomático, 26 de Setembro de 2009).

A Santa Sé está convicta de que a comunidade internacional deveria lutar contra a intolerância e a discriminação em relação aos cristãos com a mesma determinação com a qual luta ou lutaria em relação ao ódio contra todas as comunidades religiosas. Neste sentido, a osce tem-se demonstrado uma instituição pioneira, porque há muito tempo enquadrou a luta contra a intolerância e a discriminação relativamente aos cristãos como um dos âmbitos nos quais os Estados se devem empenhar. O que sobressaiu claramente da discussão durante a Mesa Redonda do mês de Março de 2009 foi que a intolerância e a discriminação contra os cristãos se manifestam de várias formas, em toda a área da osce. Ainda mais, se a negação dos direitos representa uma questão grave onde os cristãos são uma minoria, outras formas mais sofisticadas de marginalização e de discriminação constituem uma ameaça séria à participação civil e política dos cristãos, mesmo quando eles não são uma minoria.

Não obstante os compromissos assumidos pelos Estados membros da osce no campo da liberdade religiosa, ainda hoje nalguns países existem, em relação à Igreja e as comunidades cristãs, mas inclusive em relação às outras comunidades religiosas como também aos respectivos membros, leis intolerantes e até discriminantes, assim como se verificam decisões e comportamentos, quer activos quer omissivos, que negam essa liberdade. Acontecem frequentemente episódios violentos e até assassínios de cristãos. Persistem restrições irracionais contra a liberdade de escolha e de adesão a uma confissão e à respectiva comunidade religiosa, como também contra a importação e a distribuição de materiais religiosos. Existem, além disso, interferências ilegítimas em relação às suas autonomias organizativas. Fazem-se assim pressões indevidas sobre as pessoas que trabalham na pública administração, obstando a liberdade de expressão segundo a consciência. Muitas vezes a educação cívica é realizada sem o devido respeito pela identidade e pela fé dos crentes. Registam-se, além disso, claros sinais de oposição ao reconhecimento do papel público da religião.

A luta tradicional da osce em prol da liberdade religiosa nasce da nítida convicção de que essa liberdade é uma dimensão fundamental da pessoa humana e não algo que diz respeito só à esfera privada dos indivíduos. A liberdade religiosa, como razão de ser da sua dimensão pública, favorece o desenvolvimento humano e social, e a própria segurança dos países. Ela, referindo-se ao "coração" e à parte mais profunda e íntima da pessoa humana, é fundamento e crisol de todas as outras liberdades. De facto, onde não há liberdade religiosa todas as outras liberdades estão comprometidas.

O contributo específico dos cristãos para o desenvolvimento integral das sociedades nacionais constitui também um valor adjunto para a construção da sociedade internacional. O reconhecimento desta contribuição é garantia e expressão de um pluralismo autêntico. A distinção entre as realidades espirituais e civis, de facto, não comporta alienação, indiferença ou incomunicabilidade, mas diálogo e interacção ao serviço do bem comum da pessoa humana. O Papa Bento XVI chamou repetidamente a atenção para o facto de que a secularidade não coincide com o secularismo. Por conseguinte, mesmo quando os crentes fazem uma objecção de consciência em relação às medidas públicas que afectam os valores profundos da pessoa humana, isto não deve ser considerado ipso facto como uma objecção à soberania ou às autoridades do Estado ou de outras instituições públicas. Seria, ao contrário, uma forma de intolerância obrigar os crentes ou as comunidades de crentes a viver em conformidade com o estado de direito, rejeitando porém os preceitos da própria consciência. Na realidade civil e política uma coisa é afirmar a bondade do pluralismo quer como facto quer como valor, outra coisa é confundir isso com o relativismo ético e cultural, que não contempla verdades absolutas, incluindo a dignidade humana, considerada até como negociável ou subordinável a outros interesses. Além disso, assim entendido, o próprio relativismo não é garantia de respeito recíproco entre pessoas e povos, nem garantia de coesão social e de respeito das instituições e das regras da democracia. Uma democracia só pode promover a dignidade de cada pessoa humana e o respeito pelos seus direitos invioláveis e inalienáveis, mas também assegurar uma paz estável, se possuir uma âncora moral objectiva (cf. Evangelium vitae, n. 70).

Nem sequer os meios de comunicação estão isentos das atitudes de intolerância e, nalguns casos, de descrédito em relação aos cristãos e aos crentes em geral. Um autêntico pluralismo nos meios de comunicação exige uma informação correcta sobre as diversas realidades religiosas, e ainda mais a liberdade de acesso aos mass media por parte das próprias comunidades religiosas. No respeito pela liberdade de pensamento e de expressão deveriam ser predispostos mecanismos e instrumentos contra a manipulação e a instrumentalização dos diversos conteúdos e símbolos de natureza religiosa, mas também contra as manifestações de intolerância e de ódio para com os cristãos e todos os crentes.

À luz dos mencionados abusos, a osce deveria dedicar uma atenção especial ao desenvolvimento de propostas eficazes para combater a intolerância e a discriminação contra os cristãos. Efectivamente, a Santa Sé está convicta do importante contributo que a criação de três Representantes Pessoais oferecerá à promoção da tolerância e da não-discriminação nos âmbitos prioritários sobre os quais os Estados participantes alcançaram o consenso; ou seja, na luta ao anti-semitismo, à intolerância e à discriminação contra os muçulmanos, os cristãos e os membros de outras religiões, assim como na luta contra o racismo, a xenofobia e a relativa intolerância. A minha Delegação exprime o seu apreço pelo sensato trabalho realizado este ano pelos Representantes, que dedicaram a sua atenção aos pontos fundamentais do seu mandato segundo o espírito das negociações que as instituíram.

No decurso de 2010, o serviço desempenhado pelos citados Representantes demonstrou a necessidade de um renovado esforço na realização dos objectivos já assumidos pela osce e pelos Estados, em vez de prever outros novos. Na realidade um sobrecarregamento da agenda, embora possam surgir sempre novas questões que necessitem atenção, poderia tornar vão os esforços da osce e enfraquecer a capacidade da Organização de alcançar, de forma eficaz e pontual, os seus objectivos, muitos dos quais ainda devem ser realizados.


L'Osservatore Romano - 24 de Julho de 2010
http://www.vatican.va/news_services/or/or_por/text.html#5

terça-feira, 27 de julho de 2010

Oque é Idolatria?

Oque é Idolatria?

Uma densa maioria de protestantes nos acusa de idolatria, porém, quando um católico (mesmo que seja ignorante sobre o assunto) escuta esta exclamação por parte do protestante, ele sem pensar duas vezes, já sabe que ele esta errado, e que o único ser que um católico de bem adoraria seria Deus. Mas esta evidente nuvem de católicos que se sentem ofendidos por tal difamação, não é o suficiente para provar para um protestante que este fato não ocorre com a autorização ou o incentivo da Igreja.


Vendo isto, fica fácil bolar argumentos que comprovem a única e exclusiva latria (adoração) a Nosso Deus trino, isto se deve ao fator das testemunhas católicas. Quando um católico se converte ao protestantismo, é muito provável que fale que a Igreja incentiva e até ordena a adoração de imagens, como a de Maria, todavia, se você olhar o outro lado da história, verá que todos os católicos, praticantes ou não, se espantam com tal acusação, mesmo sem argumentos, os católicos recusam-se a aderir a esse pensamento protestante: de que se ajoelhar a uma imagem, ou beijá-la, é sinônimo de adoração.



Mas porque raios este pensamento errado?



Pelo fato dos "idólatras" não idolatrarem. Onde já se viu em alguma parte da Bíblia algum gentio negando a sua crença pagã e a idolatria de alguma imagem de algum deus dele? Onde já se viu isso? Todo gentio que fosse acusado de idolatria negasse que fizesse tal pratica? Em nem um lugar!

Se os católicos adoram imagens como se fossem deuses, então porque cargas d água TODOS negam isso? Se somos como os gentios, então deveríamos apoiar a idolatria não? Se somos gentios todos os nossos santos e papas deveriam escrever doutrinas e encíclicas apoiando a idolatria, não escrevendo, como no concílio de Nicéia II, que as imagens só servem para a recordação e a homenagem de heróis da fé!

Os protestantes que nos acusam disso, nem se quer tem provas cabais! Não tem provas historiográficas para corroborar com esta acusação! O máximo que eles conseguem, pela falta de hermenêutica e exegese, alguns versículos bíblicos que dizem que se ajoelhar a uma imagem é idolatria, mas não seria pelo fato dos judeus antigos estarem cercados de idólatras?! Não será pelo fato de que na época se ajoelhar a uma imagem pagã era acreditar que a imagem era um deus?



Ora, protestantes... vamos nos aprofundar antes de fazermos acusações sem nexo com a realidade!

Autor: Hiago M. da S. Rebello.
http://www.saoluisdafranca.blogspot.com/

Oque os Papas pensavam do socialismo e do comunismo?

Fonte: http://www.ipco.org.br/home/noticias/o-que-os-papas-disseram-sobre-o-socialismo-textos-pontificios-esclarecedores


PIO IX (1846-1878):


“Transtorno absoluto de toda a ordem humana”
“… tampouco desconheceis, Veneráveis Irmãos, que os principais autores desta intriga tão abominável não se propõem outra coisa senão impelir os povos, agitados já por toda classe de ventos de perversidade, ao transtorno absoluto de toda a ordem humana das coisas, e entregá-los aos criminosos sistemas do novo socialismo e comunismo”[2].

LEÃO XIII (1878-1903):


“Monstro horrendo”
“… o “comunismo”, o “socialismo”, o “nihilismo”, monstros horrendos que são a vergonha da sociedade e que ameaçam ser-lhe a morte”[3].


“Ruína de todas as instituições”
“… suprimi o temor de Deus e o respeito devido às suas leis; deixai cair em descrédito a autoridade dos príncipes; dai livre curso e incentivo à mania das revoluções; dai asas às paixões populares, quebrai todo freio, salvo o dos castigos, e pela força das coisas ireis ter a uma subversão universal e à ruína de todas as instituições: tal é, em verdade, o escopo provado, explícito, que demandam com seus esforços muitas associações comunistas e socialistas”[4].


Seita destruidora da sociedade civil
“… esta seita de homens que, debaixo de nomes diversos e quase bárbaros se chamam socialistas, comunistas ou nihilistas, e que, espalhados sobre toda a superfície da terra, e estreitamente ligados entre si por um pacto de iniqüidade, já não procuram um abrigo nas trevas dos conciliábulos secretos, mas caminham ousadamente à luz do dia, e se esforçam por levar a cabo o desígnio, que têm formado de há muito, de destruir os alicerces da sociedade civil. É a eles, certamente, que se referem as Sagradas Letras quando dizem: ‘Eles mancham a carne, desprezam o poder e blasfemam da majestade’ (Jud. 8)”[5].
Seita pestífera


“… todos sabem com que gravidade de linguagem, com que firmeza e constância o Nosso glorioso Predecessor Pio IX, de saudosa memória, combateu, quer nas suas Alocuções, quer nas suas Encíclicas dirigidas aos Bispos de todo o mundo, tanto os esforços iníquos das seitas, como nomeadamente a peste do socialismo, que já irrompia dos seus antros”[6].
Seita demolidora


“… os socialistas e outras seitas sediciosas que trabalham há tanto tempo para arrasar o Estado até aos seus alicerces”[7].


“Seita abominável”


“É necessário, … que trabalheis para que os filhos da Igreja Católica não ousem, seja debaixo de que pretexto for, filiar-se na seita abominável (do socialismo), nem favorecê-la”[8].
Inimigo da sociedade e da Religião


“… temos necessidade de corações audaciosos e de forças unidas, numa época em que a messe de dores que se desenvolve diante de nossos olhos é demasiado vasta, e em que se vão acumulando sobre nossas cabeças formidáveis perigos de perturbações ruinosas, em razão principalmente do poder crescente do socialismo. Esses socialistas insinuam-se habilmente no coração da sociedade. Nas trevas das suas reuniões secretas e à luz do dia, pela palavra e pela pena, impelem a multidão à revolta; rejeitam a doutrina da Igreja, negligenciam os deveres, só exaltam os direitos, e solicitam as multidões de desgraçados, cada dia mais numerosos, que, por causa das dificuldades da vida, se deixam prender a teorias enganosas e são arrastados mais facilmente para o erro. Trata-se ao mesmo tempo da sociedade e da Religião. Todos os bons cidadãos devem ter a peito salvaguardar uma e outra com honra”[9].



Perigo para os bens materiais, a moral e a Religião

“… era o Nosso dever advertir publicamente os católicos dos graves erros que se ocultam sob as teorias do socialismo, e do grande perigo que daí resulta, não somente para os bens exteriores da vida, mas também para a integridade dos costumes e para a Religião”[10].

“Germe funesto”

“… a Igreja do Deus vivo, que é ‘a coluna e o sustentáculo da verdade’ (1 Tim. 3,15), ensina as doutrinas e princípios cuja verdade consiste em assegurar inteiramente a salvação e tranqüilidade da sociedade e desarraigar completamente o germe funesto do socialismo”[11].

Serpente perigosa

Os comunistas, os socialistas e os niilistas são uma “peste mortal que se introduz como a serpente por entre as articulações mais íntimas dos membros da sociedade humana, e a coloca num perigo extremo”[12].

Negação das leis humanas e divinas

Os socialistas, os comunistas e os niilistas “nada deixam intacto ou inteiro do que foi sabiamente estabelecido pelas leis divinas e humanas para a segurança e honra da vida”[13].

O socialismo diverge diametralmente da Religião Católica

“… ainda que os socialistas, abusando do próprio Evangelho, a fim de enganarem mais facilmente os espíritos incautos, tenham adotado o costume de o torcerem em proveito da sua opinião, entretanto a divergência entre as suas doutrinas depravadas e a puríssima doutrina de Cristo é tamanha, que maior não podia ser. Pois ’que pode haver de comum entre a justiça e a iniquidade? Ou que união entre a luz e as trevas?’ (2 Cor. 6, 14)”[14].


1-A maioria dos excertos de documentos pontifícios desta compilação, bem como as respectivas ementas, foram tomados de Plinio Corrèa de Oliveira et. alii,Reforma Agrária Questão de Consciência, Editora Vera Cruz, São Paulo, 1962, 4ª ed., XX – 498 pp.


2- Pio IX, Encíclica Noscitis et Nobiscum, 8 de dezembro de 1849 – Colección Completa de Encíclicas Pontifícias”, Editorial Poblet, Buenos Aires, pág. 121.

3- Leão XIII, Encíclica Diuturnum Illud, 29 de junho de 1881 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, pág. 16.

4- Leão XIII, Encíclica Humanum Genus, de 20 de abril de 1884 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, págs. 20-21.

5- Leão XIII, Encíclica Quod Apostolici Muneris, 28 de dezembro de 1878 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, págs. 3-4.

6- Leão XIII, Encíclica Quod Apostolici Muneris, 28 de dezembro de 1878 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, pág. 7.

7- Leão XIII, Encíclica Libertas Praestantissimum, 20 de junho de 1888 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, pág. 16.

8- Leão XIII, Encíclica Quod Apostolici Muneris, 28 de dezembro de 1878 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, pág. 14.

9- Leão XIII, Encíclica Graves de Communi, 18 de janeiro de 1901 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, págs. 15-16.

10- Idem, pág. 4.

11-Leão XIII, Encíclica Quod Apostolici Muneris, 28 de dezembro de 1878 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, pág. 7.

12- Idem, pág. 3.

13- Idem, pág. 4.

14-Idem, pág. 8.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Perseguição religiosa.

Estou totalmente espantado com as proporções que isto chegou...

Lendo artigos de Olavo de Carvalho e ouvindo uma homilia do Pe. Paulo Ricardo, além de outras pessoas como o Pr. Silas Malafaia, vi imediatamente que a cristandade no Brasil estava ameaçada, com duas leis, totalmente inconstitucionais, a PL-122 e o PHND-3, deliberadamente, ditam que todo o Brasileiro, não deve manifestar nem uma única oposição em público a conduta homossexual, que é diferente da pessoa homossexual. Pensei que iria demorar alguns anos, para isto começar a andar... a dar mais problemas... mas não! Estes ditadores agressivos atacam e desmembram qualquer manifestação cristã que seja contra essas leis (QUE NEM FORAM APROVADAS!), com tamanha repreensão, eu me pergunto: "Será que já não esta na hora de todas as paróquias católicas brasileiras fazerem uma campanha para derrubar estas leis cristo-fóbicas?

Ainda duvidam da maldade destes gayzistas?? Então encarem a verdade:

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Igreja Católica: Construtora da Civilização Ocidental

Episódio 5, o Sistema Universitário:







Episódio 6, Deus Existe?:





Articulação mundial contra o Papa

Articulação mundial contra o Papa

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 7 de abril de 2009




Tão logo o Papa Bento XVI anunciou a reintegração da Igreja tradicionalista na ordem pós-conciliar – o que de si já é uma ironia, pois a novidade não pode reintegrar em si a tradição, e sim ao contrário –, desencadeou-se contra ele uma das mais maliciosas campanhas de ódio já vistas na mídia mundial.



Três episódios marcaram os seus pontos altos.



Primeiro veio o bispo Williamson – um factóide na mais plena acepção do termo. Até a véspera, ninguém o conhecia. Quando o descobriram entre os milhares de sacerdotes e fiéis beneficiados pela suspensão de uma pena eclesiástica coletiva, saiu do anonimato e tornou-se repentinamente um perigo para a espécie humana, por ter emitido numa igreja de bairro, ante umas poucas dezenas de fiéis se tanto, uma opinião antijudaica. Por toda parte ergueram-se gritos de escândalo, significativamente voltados não contra o bispo, mas contra o Papa. Como se a revogação do castigo não viesse do simples reconhecimento de um erro judicial velho de quatro décadas, e sim do endosso papal às convicções pessoais do bispo – até então ignoradas não só do Vaticano, mas do mundo – sobre matéria alheia ao seu sacerdócio, à fé católica, às razões da penalidade e às da respectiva suspensão. Forçando a inculpação por osmose até o último limite do artificialismo, lançava-se sobre toda a Igreja tradicionalista e, de quebra, sobre o Papa que a acolhera de volta, a vaga mas por isso mesmo envolvente suspeita de anti-semitismo. Não por coincidência, entre os mais inflamados denunciantes encontravam-se aqueles que tanto mais se esforçam para proteger os judeus contra perigos inexistentes quanto mais se devotam a entregá-los, inermes, nas mãos de seus inimigos armados.



Depois, veio o episódio das camisinhas. Não há como medir os gritos de horror, as lágrimas de escândalo, as gesticulações frenéticas de abalo moral com que a grande mídia reagiu à declaração blasfema de que esses sacrossantos dispositivos não protegem eficazmente contra a Aids. Na verdade, não protegem nada. Edward C. Green, diretor do Projeto de Pesquisas sobre Prevenção da Aids no Harvard Center for Population and Development Studies, informa que a revisão mundial dos resultados obtidos nos últimos 25 não mostra o menor sinal de que as camisinhas impeçam a contaminação. O único método que funciona, diz Green, é a redução drástica do número de parceiros sexuais. Uganda, que por esse método e com forte base religiosa reduziu os casos de Aids em 70 por cento, é o único – repito: o único – caso de sucesso espetacular já obtido contra essa doença. Mas que importam esses dados? A camisinha não vale pela eficácia, ó materialistas prosaicos. Ela é um símbolo, a condensação elástica dos mais belos sonhos da utopia pansexualista, onde as criancinhas praticarão sexo grupal nas escolas, sob a orientação de professores carinhosos até demais (sem pedofilia, é claro), e nas praças os casais gays darão lições de sodomia teórica e prática, para encanto geral do público civil, militar e eclesiástico. De que vale a verdade, de que valem as estatísticas, de que valem as vidas dos ugandenses, diante de imagens tão radiosas da civilização pós-cristã que a ONU, o Lucis Trust, a mídia bilionária e todos os pseudo-intelectuais do mundo almejam para a humanidade? É em defesa desses altos valores que se ergueram gritos de revolta contra o Papa, esse estraga-prazeres, esse iconoclasta sacrílego.



Por fim, veio o documentário da BBC, onde o ex-cardeal Ratzinger é acusado de proteger padres pedófilos, determinando que fossem removidos de paróquia em vez de punidos. É claro que a coisa já estava pronta fazia tempo, aguardando a oportunidade política, que veio com os esforços de Bento XVI para restaurar a unidade da Igreja, algo que os apóstolos da nova civilização temem como à peste. A BBC, outrora uma estação respeitável, tornou-se uma central de propaganda esquerdista tão fanática e desavergonhada que o que quer que venha dela deve ser recebido a cusparadas, mas em todo caso vale lembrar que um padre formalmente condenado na justiça por pedofilia não tem como ser removido de paróquia, pois já está removido para a cadeia. Restam os padres meramente acusados, sem provas judiciais válidas. A mídia quer que a Igreja os castigue assim mesmo, a priori, à primeira palavra que se publique contra os desgraçados. O cardeal Ratzinger é acusado, no fim das contas, de não ter feito isso. É preciso toda a técnica cinematográfica da BBC para dar a impressão de que se trata de coisa imoral, até mesmo vagamente criminosa. Mas, nesses casos, a realidade não importa nada. A impressão é tudo.



Destaco esses três episódios só como amostras, no meio de um bombardeio multilateral, incessante e crescente, no qual só a estupidez voluntária pode enxergar uma simples confluência de casualidades, sem nenhuma coordenação ou planejamento.

Fonte: http://www.olavodecarvalho.org/index.html

A Difamação de Pio XII

A Difamação de Pio XII

Joseph Sobran




Fonte: http://www.olavodecarvalho.org/convidados/sobran.htm


Como milhões de outros idiotas no mundo, também eu me deixei impressionar pelo livro de John Cornwell, O Papa de Hitler, que parecia dar respaldo historiográfico às acusações lançadas contra Pio XII pela peça de Rolf Hochhuth, O Vigário. Cheguei a dar eco a essas acusações num artigo em O Globo, coisa de que muito me arrependi, mais tarde, ao saber que o sr. Cornwell era um belo vigarista, capaz de gabar-se de pesquisar por anos a fio na Biblioteca do Vaticano, onde na verdade só estivera duas vezes, e de apresentar como descobertas suas inéditas alguns documentos que copiara de publicações acadêmicas. É verdade que a demonstração cabal da desonestidade de um pesquisador não impugna, por si, os resultados da sua pesquisa. Mas, desde logo, coloca-os sob uma suspeita bem mais fundamentada do que aquela que tentavam lançar sobre o personagem que investigavam.






Nem Hochhuth nem Cornwell são judeus. Se o fossem, poder-se-ia alegar em seu favor o atenuante do zelo patriótico. Mas são apenas falsos cristãos, que querem semear a intriga entre a Igreja e os judeus mediante a dimafação de um homem inocente e santo. Um homem que os judeus conheceram e a respeito do qual deixaram os depoimentos reunidos no livro recente de Ralph McInerny, onde o jornalista Joseph Sobran recolheu as amostras transcritas neste artigo.






O leitor pode, portanto, escolher. Ou acredita naqueles que presenciaram a ação de Pio XII durante a II Guerra Mundial, ou acredita naqueles que tentaram reconstrui-la a seu modo, seja pelos artifícios da arte cênica, seja pelos de uma historiografia fraudulenta.






Traduzo e publico aqui este artigo de Joseph Sobran em sinal de meu expresso arrependimento de ter dito qualquer palavra contra o grande Papa, confiado na pretensa autoridade de Hochuths ou Cornwells. – O. de C.




Nada, ao que parece, consegue dissipar a crença de que Pio XII manteve um “vergonhoso silêncio” em torno da perseguição dos judeus durante a II Guerra Mundial. Mas Ralph McInerny, no seu livro The Defamation of Pius XII (“A Difamação de Pio XII”), cita o que judeus, famosos ou não, disseram naquele tempo.



“Só a Igreja Católica protestou contra o assalto hitlerista à liberdade”, disse Albert Einstein.


Em 1942, o jornal Jewish Chronicle, de Londres, observou: “Uma palavra de sincera e profunda apreciação é devida pelos judeus ao Vaticano por sua intervenção em Berlim e Vichy em favor de seus correligionários torturados na França... Foi uma iniciativa incentivada, honrosamente, por um bom número de católicos, mas para a qual o próprio Santo Padre, com sua intensa humanidade e sua clara compreensão das verdadeiras e mortais implicações dos assaltos contra o povo judeu, não precisou ser incentivado por ninguém.”


O Dr. Alexandre Safran, rabino-chefe da Romênia, escreveu em 1944: “Nestes tempos duros, nossos pensamentos, mais que nunca, voltam-se com respeitosa gratidão ao Soberano Pontífice, que fez tanto pelos judeus em geral... No nosso pior momento de provação, a generosa ajuda e o nobre apoio da Santa Sé foram decisivos. Não é fácil encontrar as palavras adequadas para expressar o alívio e o consolo que o magnânimo gesto do Supremo Pontífice nos deu, oferecendo vastos subsídios para aliviar os sofrimentos dos judeus deportados. Os judeus romenos jamais esquecerão esses fatos de importância histórica.”


Quando os Aliados libertaram Roma, uma Brigada Judaica afirmou em seu Boletim: “Para a glória perene do povo de Roma e da Igreja Católica Romana, podemos afirmar que o destino dos judeus foi aliviado pelas suas ofertas verdadeiramente cristãs de assistência e abrigo. Mesmo agora, muitos ainda permanecem em lares religiosos que abriram suas portas para protegê-los da deportação e da morte certa.”


Um sobrevivente, citado num diário hebraico de Israel, disse: “Se fomos resgatados, se os judeus ainda estão vivos em Roma, venham conosco e agradeçamos ao Papa no Vaticano.”


Um Comitê da Junta Judaica Americana de Bem-Estar Social escreveu ao próprio Pio XII: “Recebemos relatórios de nossos capelães militares na Itália sobre a ajuda e a proteção dos judeus italianos pelo Vaticano, pelos padres e pelas instituições da Igreja durante a ocupação nazista do país. Estamos profundamente comovidos diante dessa extraordinária manifestação de amor cristão – tanto mais porque sabemos dos riscos corridos por aqueles que se prontificaram a abrigar os judeus. Do fundo de nossos corações enviamos a V. Santidade a expressão de nossa imorredoura gratidão.”


Os veteranos de um campo liberado foram a Roma e apresentaram a Pio XII a seguinte carta: “Agora que os Aliados vitoriosos quebraram nossas cadeias e nos libertaram do cativeiro e do perigo, que nos seja permitido expressar nossa profunda e devota gratidão pelo conforto e ajuda que Vossa Santidade se dignou de nos garantir com paternal preocupação e infinita ternura ao longo dos anos de nosso internamento e perseguição... Ao fazê-lo, Vossa Santidade, como a primeira e a mais alta autoridade na Terra, ergueu sua voz universalmente respeitada, em face de nossos perigosos inimigos, para defender abertamente nossos direitos e a dignidade humana... Quando estávamos ameaçados de deportação para a Polônia, em 1942, Vossa Santidade estendeu sua mão paternal para nos proteger, e deteve a transferência dos judeus internados na Itália, com isto salvando-nos da morte quase certa. Com profunda confiança e esperança de que a obra de Vossa Santidade será coroada com sucesso continuado, expressamos nossos agradecimentos de coração e rogamos ao Todo-Poderoso: Que Vossa Santidade possa reinar por muitos anos na Santa Sé e exercer sua benéfica influência sobre o destino das nações.”


Poucos meses depois, o Congresso Judaico Mundial enviou um telegrama à Santa Sé, agradecendo pela proteção dada “sob condições difíceis, aos judeus perseguidos na Hungria sob domínio alemão”.


O rebino-chefe de Jerusalém, Isaac Herzog, disse: “Agradeço ao Papa e à Igreja, do fundo do meu coração, por toda a ajuda que nos deram.”


Moshe Sharett, um eminente sionista, resumiu assim sua entrevista pessoal com o Papa: “Eu disse a ele que meu primeiro dever era agradecer-lhe, e através dele a toda a Igreja Católica, em nome do público judeu, por tudo o que fizeram em todos os países para resgatar judeus -- para salvar as crianças e os judeus em geral. Estamos profundamente agradecidos à Igreja Católica pelo que ela fez naqueles países para salvar nossos irmãos.”


O Dr. Leon Kubowitzky, do Conselho Mundial Judaico, ofereceu uma vasta doação em dinheiro ao Vaticano, “em reconhecimento pela obra de Santa Sé ao resgatar judeus das perseguições fascista e nazista”.


Raffaele Cantoni, do Comitê Judaico de Bem-Estar Social da Itália, afirmou: “A Igreja Católica e o papado deram prova de que salvaram tantos judeus quanto puderam".


Essas nobres e comoventes palavras requerem poucos comentários. Registro-as aqui em honra de Pio XII, da Igreja Católica e dos homens bons que as pronunciaram.

Concurso de crimes

Concurso de crimes

Olavo de Carvalho

Jornal do Brasil, 19 de julho de 2007

 
Fonte: http://www.olavodecarvalho.org/semana/070719jb.html



Um grupo de militantes gayzistas conseguiu tirar do ar o site http://juliosevero.blogspot.com. O método foi despejar sobre o Google uma tempestade de denúncias contra o autor do blog , o escritor Júlio Severo, acusando-o de pregar a violência contra os homossexuais. “Ele quer que sejamos massacrados, que não tenhamos direito de defesa”, esbraveja um dos incitadores do ataque na comunidade Orkut usada como QG da iniciativa: “Ele quer que possamos ser currados sem que nossos agressores paguem por isso.”



A acusação é manifestamente falsa. Qualquer um que leia o blog sem lentes deformantes percebe isso. Severo limita-se a opor ao homossexualismo os argumentos da moral cristã, que não manda currar ninguém. Desafio a militância gayzista a mostrar onde ele teria afirmado que os homossexuais devem poder ser submetidos a tal violência sem direito à proteção das leis. Se ele tivesse feito isso, os enfezadinhos não precisariam reunir-se às centenas e pedir socorro ao Google. Bastaria um deles ir à delegacia mais próxima e acusar o escritor de apologia do crime (artigo 286 do Código Penal): ele pegaria no mínimo três meses de cadeia.



Como sabem que não têm razão para isso, preferiram montar a trama caluniosa cuja má fé, esta sim, pode ser provada, denunciada na Justiça e punida na forma da lei.



A lei, e não artigos de jornal, deve responder a esses canalhas. Eles podem discordar de Júlio Severo o quanto queiram (eu mesmo discordo com freqüência), mas ele não cometeu crime nenhum. Eles é que cometeram contra ele os delitos definidos nos artigos 240 e 251 do Código Penal: difamar e escarnecer publicamente de um cidadão por causa da sua fé religiosa. Somaram a isso o delito previsto no artigo 138: falsa imputação de crime. Como para esse fim se reuniram em bando e agiram organizadamente, incorrem também no artigo 288, formação de quadrilha.



A pretexto de defender-se de um crime imaginário, cometeram pelo menos quatro crimes reais, cujas provas o Orkut fornece em abundância.



Júlio Severo, em represália à sua cruzada moralizante, já teve sua vida social e profissional totalmente destruída. É o mais discriminado e perseguido dos brasileiros. Ele não pode, sozinho, enfrentar um gigantesco movimento de massas subsidiado por fundações bilionárias, que, ao fazer-se de vítima acuada por um adversário solitário e pobre, já mostra uma desonestidade monstruosa, cínica, perversa.



As entidades cristãs – todas elas -- têm o dever estrito de reunir-se não só para defender Júlio Severo, mas para punir o concurso de crimes que se armou contra ele. Espero que o façam antes que o estelionato jurídico da PL-122 consagre esses crimes como direitos da comunidade gayzista. O raciocínio kafkiano subentendido na acusação ao escritor é que toda tentativa de oposição à proposta “anti-homofóbica” já incorre no crime que ela define. Preparem-se, pois, senhores parlamentares cristãos: votem contra essa geringonça e ela os punirá por isso. Essa lei derrubará, de um só golpe, todo o Estado de direito neste país. Foi calculada para isso, e bem calculada.

A nova religião nacional

A nova religião nacional

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 26 de março de 2007



Fonte: http://www.olavodecarvalho.org/semana/070326dc.html



Atos libidinosos num templo religioso tipificam nitidamente o crime de ultraje a culto, previsto no art. 208 do Código Penal. A proposta de lei 5003/2001 consagra esse crime como um direito dos homossexuais e castiga com pena de prisão quem tente impedir a sua prática. Se o Congresso a aprovar, terá de revogar aquele artigo ou decidir que ele se aplica só aos heteros, oficializando a discriminação sexual sob a desculpa de suprimi-la. Terá de revogar também o artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que assegura aos crentes “a liberdade de manifestar sua religião.... isolada ou coletivamente, em público ou em particular”.



A ética sexual das religiões tradicionais é parte integrante da sua doutrina e prática. Proibir uma coisa é criminalizar a outra. Aprovada a PL, no dia seguinte as igrejas estarão repletas de militantes gays aos beijos e afagos, ostentando poder, desafiando os fiéis a ir para a prisão ou baixar a cabeça ante o espetáculo premeditadamente acintoso. O crente que deseje evitar essa humilhação terá de praticar sua devoção em casa, escondido, como no tempo das catacumbas.



A desculpa de proteger uma minoria oprimida é cínica e fútil. De um lado, nunca os homossexuais sofreram violência na escala em que estão expostos a ela os cristãos hoje em dia. Todo genocídio começa com o extermínio cultural, com o escárnio e a proibição dos símbolos e valores que dão sentido à vida de uma comunidade. Na década de 90 os cristãos foram assassinados à base de cem mil por ano nos países comunistas e islâmicos, enquanto na Europa e nos EUA a esquerda chique votava lei em cima de lei para criminalizar a expressão da fé nas escolas, quartéis e repartições públicas. A PL 5003/2001 é genocídio cultural em estado puro, indisfarçável.



De outro lado, qualquer homossexual que esteja ansioso para trocar amassos com seu parceiro dentro de uma igreja em vez de fazê-lo em casa ou num motel não é bem um homossexual: é um exibicionista sádico que tem menos prazer no contato erótico do que em ofender os sentimentos religiosos dos outros. É preciso ser muito burro e tacanho para confundir o desejo homoerótico com a volúpia da blasfêmia e do escândalo. O primeiro é humano. A segunda é satânica por definição. É a manifestação inconfundível do ódio ao espírito. Uma lei que a proteja é iníqua e absurda. Se o Congresso a aprovar, não deixará aos religiosos senão a opção da desobediência civil em massa.



A ex-deputada petista Iara Bernardi, autora da proposta, diz que a nova lei “é uma importante abertura no caminho para o Estado verdadeiramente laico”.



Laico, o Estado já é. Não possui religião oficial, não obriga ninguém a ter ou não ter religião. Mas o Estado com que sonha a ex-parlamentar é algo mais. É o Estado que manda à prisão o crente que repita em voz alta – mesmo dentro do seu próprio templo – os mandamentos milenares da sua religião contra as condutas sexuais agora privilegiadas pela autoridade. Esse Estado não é laico: quem coloca o prazer erótico de alguns acima da liberdade de consciência religiosa de todos os outros instaura, no mesmo ato, um novo culto. Ergue uma nova divindade acima do Deus dos crentes. É o deus-libido, intolerante e ciumento.



Psicologia gay



Em comparação com a perseguição anticristã no mundo, a suposta discriminação dos gays é, na melhor das hipóteses, uma piada. Ao longo dos últimos cem anos, nas democracias capitalistas, nenhum homossexual jamais sofreu, por ser homossexual, humilhações, perigos e danos comparáveis, por exemplo, aos que a militância gay enlouquecida vem impondo ao escritor evangélico brasileiro Júlio Severo pelo crime de ser autor do livro O Movimento Homossexual . Não posso por enquanto contar o caso em detalhes porque prejudicaria o próprio Júlio, a esta altura metido numa encrenca judicial dos diabos. Mas, garanto, é uma história assustadora.



A discriminação e marginalização dos homossexuais é real e grave nos países islâmicos e comunistas, especialmente em Cuba, mas as alianças políticas do movimento gay fazem com que ele prefira se manter calado quanto a esse ponto, descarregando suas baterias, ao contrário, justamente em cima das nações que mais mimam e protegem os homossexuais.



Dois livros que recomendo a respeito são “Gay New York: Gender, Urban Culture and the Making of the Gay Male World, 1890- 1940” , de George Chauncey, New York, Basic Books, 1994, e “Bastidores de Hollywood: A Influência Exercida por Gays e Lésbicas no Cinema, 1910- 1969” , de William J. Mann, publicado em tradução brasileira pela Landscape Editora, de São Paulo, em 2002. Nenhum dos dois foi escrito por inimigos da comunidade gay . Ambos mostram que, em dois dos mais importantes centros culturais e econômicos dos EUA os gays tinham já desde o começo do século XX um ambiente de muita liberdade, no qual, longe de ser discriminados, gozavam de uma posição privilegiada – justamente nas épocas em que a perseguição a cristãos e judeus no mundo subia às dimensões do genocídio sistemático.



Em hipótese alguma a comunidade gay pode se considerar ameaçada de extinção ou vítima de agressões organizadas comparáveis àquelas que se voltaram e voltam contra outros grupos humanos, especialmente religiosos. Ao longo de toda a minha vida, nunca vi nem mesmo alguém perder o emprego, no Brasil, por ser homossexual. Ao contrário, já vi grupos homossexuais dominando por completo seus ambientes de trabalho, incluisive na mídia.



Se, apesar disso, o sentimento de discriminação continua real e constante, ele não pode ser explicado pela situação social objetiva dessa comunidade: sua causa deve estar em algum dado existencial mais permanente, ligado à própria condição de homossexual. Talvez esta última contenha em si mesma algum estímulo estrutural ao sentimento de rejeição. A mim me parece que é exatamente isso o que acontece, e por um motivo bastante simples.



A identidade heterossexual é a simples tradução psíquica de uma auto-imagem corporal objetiva, de uma condição anatômica de nascença cuja expressão sexual acompanha literalmente a fisiologia da reprodução. Ela não é problemática em si mesma. Já a identidade homossexual é uma construção bem complicada, montada aos poucos com as interpretações que o indivíduo dá aos seus desejos e fantasias sexuais. Ninguém precisa “assumir” que é hetero: basta seguir a fisiologia. Se não houver nenhum obstáculo externo, nenhum trauma, a identidade heterossexual se desenvolverá sozinha, sem esforço. Mas a opção homossexual é toda baseada na leitura que o indivíduo faz de desejos que podem ser bastante ambíguos e obscuros.



A variedade de tipos heterogêneos abrangidos na noção mesma de “homossexual” – desde o macho fortão atraído por outros iguais a ele até o transexual que odeia a condição masculina em que nasceu – já basta para mostrar que essa leitura não é nada fácil. Trata-se de perceber desejos, interpretá-los, buscar suas afinidades no mundo em torno, assumi-los e fixá-los enfim numa auto-imagem estável, numa “identidade”. Não é preciso ser muito esperto para perceber que esse desejo, em todas as suas formas variadas, não é uma simples expressão de processos fisiológicos como no caso heterossexual (descontadas as variantes minoritárias deste último), mas vem de algum fator psíquico relativamente independente da fisiologia ao ponto de, na hipótese transexual, voltar-se decididamente contra ela.



A conclusão é que o desejo em si mesmo, o desejo consciente, assumido, afirmado – e não o desejo como mera manifestação passiva da fisiologia –, é a base da identidade homossexual. Mas uma identidade fundada na pura afirmação do desejo é, por sua própria natureza, incerta e vacilante, porque toda frustração desse desejo será vivenciada não apenas como uma decepção amorosa, mas como um atentado contra a identidade mesma. Normalmente, um heterossexual, quando suas pretensões amorosas são frustradas, vê nisso apenas um fracasso pessoal, não um ataque à heterossexualidade em geral. No homossexual, ao contrário, o fato de que a maioria das pessoas do seu próprio sexo não o deseje de maneira alguma já é, de algum modo, discriminação, não só à sua pessoa, mas à sua condição de homossexual e, pior ainda, à homossexualidade em si. É por isso que os homossexuais se sentem cercados de discriminadores por todos os lados, mesmo quando ninguém os discrimina, no sentido estrito e jurídico em que a palavra discriminação se aplica a outras comunidades. A simples repulsa física do heterossexual aos atos homossexuais já ressoa, nas suas almas, como um insulto humilhante, embora ao mesmo tempo lhes pareça totalmente natural e improblemática, moralmente, a sua própria repulsa ao intercurso com pessoas do sexo oposto e até com outro tipo de homossexuais, que tenham desejos diferentes dos seus. Tempos atrás li sobre a polêmica surgida entre gays freqüentadores de saunas, que não admitiam a presença de transexuais nesse ambiente ultracarregado de símbolos de macheza. “Tenho nojo disso”, confessavam vários deles. Imagine o que diria o movimento gay se declaração análoga viesse de heterossexuais. Seria um festival de processos. Mas o direito do gay a um ambiente moldado de acordo com a forma do seu erotismo pessoal não parecia ser questionável. Nem muito menos o era o seu direito à repulsa ante os estímulos adversos – a mesma repulsa que o macho hetero sente ante a hipótese de ir para a cama com homos e transexuais, mas que neste caso se torna criminosa, no entender do movimento gay. Em suma, para os gays , expressar a forma específica e particular dos seus desejos – e portanto expressar também a repulsa inversamente correspondente – é uma questão de identidade, uma questão mortalmente séria, portanto um “direito” inalienável que, no seu entender, só uma sociedade opressiva pode negar. A repulsa do hetero ao homossexualismo, ao contrário, é uma violência inaceitável, como se ela não fosse uma reação tão espontânea e impremeditada quanto a dos gays machões pelos transexuais pelados numa sauna (um depoimento impressionante a respeito vem nas “Memórias do Cárcere” de Graciliano Ramos: o escritor, insuspeito de preconceitos reacionários, tinha tanto nojo físico dos homossexuais que, na prisão, rejeitava a comida feita pelo cozinheiro gay). De acordo com a ideologia do movimento, só os gays têm, junto com o direito à atração, o direito à repulsa. Os heteros que guardem a sua em segredo, ao menos por enquanto. O ideal gay é eliminá-la por completo. Mas isto só será possível quando todos os seres humanos forem homossexuais ao menos virtualmente. Daí a necessidade de ensinar o homossexualismo desde a escola primária. Os objetivos do movimento gay vão muito além da mera proteção da comunidade contra perseguições, aliás inexistentes na maioria dos casos, a não ser que piadinhas ou expressões verbais de rejeição constituam algo assim como um genocídio. Instaurar o monopólio gay do direito à repulsa exige a reforma integral da mente humana. A ideologia gay é a forma mais ambiciosa de radicalismo totalitário que o mundo já conheceu.



Galináceos indignados



O reconhecimento que acabo de receber da Associação Comercial de São Paulo, com a edição inteira do seu Digesto Econômico de março dedicada à minha pessoa, parece que suscitou alguma revolta no galinheiro.



Com dez anos de atraso, isto é, com a velocidade usual das suas conexões neuronais, Fernando Jorge protesta contra a minha desmontagem do panfleto vagabundo, invejoso e mendaz que ele escreveu contra o Paulo Francis (v. “Galo de bigodes” em O Imbecil Coletivo , 5ª. edição). Aproveita a ocasião para avisar que é “um galináceo viril, com crista rubra, peito altivo, esporão agudo, ameaçador”. Sei que isso é verdade. Meu cachorro já comeu vários desses bichos.



Ainda mal refeito do ovo monstruoso e disforme que botou com o título de “O Poder Secreto!” (sim, com exclamação, para que ninguém pense que é pouca porcaria), Armindo Abreu, compilador de velhas teorias da conspiração que ele apresenta como suas e originalíssimas, cacareja que meus artigos de 1999 foram plagiados do seu livro de 2005, que eu nunca disse uma palavra contra o establishment americano e que o Foro de São Paulo é “uma entidade quase ficcional”. Pela exatidão de qualquer das três afirmações mede-se a veracidade das outras duas. Como ele também me acusa de calúnia, injúria e difamação, mas não diz a quem caluniei, injuriei ou difamei, é ele quem, no mesmo ato, comete esses três crimes contra mim, mas suponho que o faça também sob o efeito do seu trauma obstétrico – estado alterado de consciência do qual ele dá sinal alarmante ao gabar-se de ser “um intelectual de verdade” ( sic ).



A melodia secreta da filosofia



Não existe filosofia elementar. Por onde quer que você entre numa questão filosófica, não importando qual seja, vai desembocar direto no centro mesmo da encrenca. Nada poderá ajudá-lo senão o domínio da técnica filosófica. Técnica filosófica é saber rastrear um tema, um problema, uma idéia, até suas raízes na estrutura mesma da realidade. Trata-se de pensar no assunto até que o pensamento encontre seus limites e a própria realidade comece a falar. “Pensar”, aí, não é falar consigo mesmo, combinar palavras ou argumentar tentando provar alguma coisa. Não é nem mesmo construir deduções lógicas, por mais elegantes que pareçam (a atividade construtiva da mente pertence às matemáticas e não à filosofia). É, em primeiro lugar, mergulhar na experiência interior em busca de rememorar muito fielmente como alguma coisa chegou ao seu conhecimento e de onde ela surgiu no quadro maior da realidade. Aos poucos você irá distinguindo o que veio da realidade e o que você mesmo lhe acrescentou, e por que acrescentou. Quando estiver seguro de que possui o dado limpo e sem acréscimos (mas sem jogar fora os acréscimos, que às vezes são úteis depois), pode olhar em torno dele e ver as condições circundantes e antecedentes que possibilitaram sua presença. Não dá para você fazer isso sem aprofundar sua própria autoconsciência no ato mesmo de meditar o objeto. A coisa exige uma dose de concentração mental e sinceridade que ultrapassa formidavelmente a capacidade do homem vulgar (incluídos aí os “intelectuais”, mesmo autênticos; nem falo de seus imitadores). É um trabalho tão exigente e ainda mais eriçado de obstáculos psicológicos do que o esforço requerido para vencer resistências neuróticas no curso de um tratamento psicanalítico (e tratamentos psicanalíticos podem se prolongar por anos a fio).



Para medir a distância que separa a investigação filosófica de toda e qualquer forma de “argumentação” (válida ou inválida), basta notar que logo nos primeiros passos a percepção interior do objeto, se vai na direção certa, já transcende a sua capacidade ao menos imediata de expressão em palavras. Trata-se de tomar consciência, e não de “raciocinar”. O pensamento verbal serve aí apenas de suporte inicial. É uma questão de tornar presente, por todos os meios mentais disponíveis, o quadro inteiro das condições reais que tornaram possível você conhecer o objeto. Daí até o conhecimento das condições que tornaram possível a própria existência dele é apenas um passo, mas é o passo decisivo. É só nesse momento que a exposição verbal dessa experiência se torna possível por sua vez, pois colocar um objeto real no quadro de condições que o possibilitaram é colocá-lo, automaticamente, em algum ponto de uma dedução lógica. Tudo o que você poderá fazer será verbalizar essa dedução, não o caminho interior percorrido. Mas é o percurso que dá à dedução lógica toda a sua substancialidade de significado. Lida ou ouvida por alguém que não seja capaz de reconstituir a experiência interior correspondente, a dedução será apenas um esquema formal que, como qualquer outro esquema formal, pode alimentar discussões e refutações sem fim e sem proveito. Essas discussões e refutações podem ser uma imitação da filosofia, mas são tão diferentes da filosofia genuína quanto o arquivo midi de uma cantata de Bach é diferente de uma cantata de Bach. Podem servir como adestramento lógico, mas o adestramento para uma atividade mental construtiva, por útil que seja para outros fins, é exatamente o inverso do aprendizado da análise filosófica: você não pode se abrir à realidade construindo alguma coisa em lugar dela.



O único aprendizado possível da filosofia é ler as exposições dos filósofos reconstruindo imaginativamente a atividade interior que as gerou. Isso é como ler uma partitura e aos poucos aprender a executá-la com todas as nuances e ênfases emocionais subentendidas, que a partitura insinua mas não mostra. Antes de se tornar um compositor, você tem de aprender a fazer isso com muitas músicas de outros compositores. Antes de analisar o seu primeiro problema filosófico, você vai ter de tocar muitas músicas compostas pelos filósofos de antigamente. E, exatamente como acontece com o aprendiz de música, não vai oferecer um recital público com as primeiras músicas que mal aprendeu a tocar. Aristóteles aprendeu vinte anos com Platão antes de começar a ensinar. Aprender a filosofar é aprender a ouvir – e depois a tocar -- a melodia secreta por trás dos meros signos verbais. Se tudo der certo, ao fim de muitos anos de prática você acabará descobrindo suas próprias melodias secretas – e quando as escrever descobrirá que praticamente ninguém vai saber tocá-las mas todo mundo desejará imitá-las sob a forma de “argumentos”. Professores de filosofia – especialmente no Brasil -- não têm em geral a menor idéia do que seja a investigação filosófica. Em vez de filosofia, ensinam argumentação, na melhor das hipóteses. No mais das vezes não fazem nem isso: ensinam argumentos prontos e chamam de fascista quem não deseje repeti-los. É uma espécie de tráfico de entorpecentes.



Dica de leitura



Se você ler tudo o que os correspondentes brasileiros nos EUA escreveram para os seus jornais nos últimos vinte anos, não aprenderá tanto sobre a política americana quanto pode aprender lendo o artigo de Heitor de Paola, “ As complexidades da política norte-americana”, publicado no último dia 23 no Mídia Sem Máscara ( http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5661&language=pt ). Se eu tivesse fundado o MSM só para publicar esse único artigo, a existência desse modesto jornal eletrônico já estaria inteiramente justificada.



Lembrança



Aos que gostaram do meu artigo “Aprendendo com o dr. Johnson”, devo advertir que o sábio inglês não foi meu único professor nessa matéria. Meu pai, Luiz Gonzaga de Carvalho, tinha um jeito muito especial de ser amável, humilde e atencioso com os mendigos da sua cidadezinha, que o adoravam. Isso era tanto mais notável porque ele sabia muito bem ser grosso quando queria, especialmente com pessoas importantes. Tinha até um estilo de insultar absolutamente original, artístico mesmo, o qual copio na parca medida dos meus talentos.

Coroação se S. Luís.

Coroação se S. Luís.

Sagração de S. Luís IX, na Catedral de Reims.

Sagração de S. Luís IX, na Catedral de Reims.